Mortos Vivos

 

 

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Mortos Vivos
(Desespero)

O mundo uma cheia de mortos
e os meus vivos no cemitério
                      chamando-me
                      fazendo-me sentir a sua ausência

Foram-se de um em um
                      por vezes mais
Alguns vim eu partir
                      outros já marcharam há tempo
Todos me nomeiam

Enquanto os mortos que inçam as ruas
                      não me falam
cruzam-se comigo
                      mas acho que não me vêem

cravam-me com a sua transparente indiferença
e o seu sorriso quebradiço que rompe em gargalhada fácil
infestando o dia com uma felicidade vã

E a mim mata-me,
                      mata-me que estes mortos vivam.

 

 

 


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