Noia versus Paranoia

Miguel Vento

n4miguelventonoiaversusparanoia.html
Lembras,
a gente do salitre
limpando a maré na madrugada,
as ilhas, praias e coidos
eram alvo da tua cámara.
A maré branca dum branco esvaido
fundia-se no contorno do alvo
com a cor quase preta do Prestige ...
Estavas a enquadrar Noia pendurada no abismo
Noia lijada, ignorada,denegrida
Noia sem governo,
Noia Nunca Mais,
Noia Nom á guerra,
Noia Resistência...

Lembras, Bagdad
em tempos berço da cultura
hoje calunniada, sitiada, massacrada, expoliada.
Passas dias longínquos a procura de novos alvos
com ar grave enquadras a dança macabra,
cadáveres e corpos de crianças mutilados
despojados da mirada alegre da inocência,
o seu sangue para calar consciências
para envilecer ainda mais a humanidade.
Estavas a enquadrar a Paranoia no fundo do abismo
Paranoia muniçom de uranio empobrecido
Paranoia bombas MOAB e de racimo
Paranoia guerra preventiva,
Paranoia sangue por petroleo.

Lá no rio, ao fundo o frenesí da ocupaçom,
que enquadras com olhar selectivo de anos de treino
até encarar com espanto com a sua paranoia.
Imagens que superando o abismo, chegam a nossa retina
em primeirissimo plano. Por isso sejas lembrado ¡

                      José Couso ferrolano, assasinado em Bagdad o
                      8 de Abril de 2003 , vítima da Paranoia das
                       forças imperialistas


logoDeputación logoBVG © 2006 Biblioteca Virtual Galega