O
transitar dos dias, comboio constante desde a solaina do mundo, olhar
desde a atalaia desta nostálgia profunda; aquele devalar na praia do
meu serám, de desengano, interminável relatar-me desde umha contagem
subconsciente de fume e cafeina; parir lágrimas de corpo ferido na
minha agonia; correr de pés descalços as areias que nunca correremos;
violino, manta de agulhas de esperanças mortas...cá estou, cruel ave
tornada em arqueiro, eu corvo ferido sem fontana...dita o pentagrama
deste último tránsito ou leva-me ao vergel do goço eterno. Mas este
caminhar pola senda da derrota, meu amor traiçoeiro, nom.
Quer este penitente ser engolido pola galerna
que o abala fera e que brua, em cançom de berço brutal, a sua
condenaçom. Mas escuita o derradeiro lamento do condenado e fere a tua
lembrança, antes de que o sono eterno de quem vaga pola desolaçom bata
na porta.
O estertor salgado diluirá-se e serás umha
cicatriz no tempo. Reza o vento a solene oraçom que predica a finitude
das borboletas do meu peito. As moscas de manteiga som fantasmas que
embebedam o sangue com humores de sonho e cegam a razom com as cores de
umha estranha febre. |