As Sete Fontes

 

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Angustiado, o discípulo acudiu ao seu mestre espiritual e perguntoulhe:
—Como posso liberarme, mestre?
—O instrutor contestou:
—Meu amigo, e quem é que te ata?


          Pensamento tradicional da Índia



...Como aranhas fantasmais que tecem o esquecimento da sua própria existência.

          Castelão



Quem dera volvermos nascer, e saber o que sabemos!

          Pensamento tradicional de Penacova






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     A notícia lera-se no diário Nuestra Región a quarta à manhã. O jornal quase não podia acreditar no que, porém, era uma realidade inegável. Assim, como sumida por uma bruxa, desaparecera do Museu Arqueológico de Ourense uma pia de baptismo datada do século dezassete e que pesa mais de quinhentos quilos. As autoridades interrogaram os vizinhos, poucos, pois na vizinhança o que mais abonda são as tabernas, na procura de qualquer informação que os ponha na pista da pia. A porta não fora forçada, e a peça fora tirada do museu com todo o cuidado, como para não danar nada ao seu passo, o que permitia descartar qualquer acto de vandalismo. Nas tabernas da Rua do Manco não se falava doutra cousa nos dias que seguiram à notícia e aos feitos. Os clientes das tascas não desperdiçaram a maré para brincar cos taberneiros e até algum gracioso chegou a dizer que se bem se mirava não estava tão mal a cousa... "Agora tão sequer não poderão baptizar o vinho..."
     A polícia local vigia noite e dia, desde o sucedido, as duas entradas da rua. As fechaduras das duas portas exteriores do museu foram mudadas também coa finalidade de tornar aos ladrões de pias. A cidade anda toda alvorotada, e o sentir da gente fica bem reflectido nos versos do não mui conhecido poeta do momento, um tal Budial:

Bágoas ardentes
pola pia de pedra
Bágoas escaldantes
chora hoje a terra

     De quando em vez o diário Nuestra Región salientará o que se for sabendo do processo de busca e recuperação da peça roubada, além de dar-nos conta do latejar da cidade. Deste jeito esperam que os ourensãos se tranquilizem e não percam a confiança no labor que desempenham as autoridades.

 

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