Contos do Outono

 

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Aqueles filhos da minha terra que desprezam suas próprias raízes mais uma pregunta

    Aqueles filhos da minha terra que desprezam suas próprias raízes mais uma pregunta: é que os seus passados, que falavam a doce língua de Camões e Rosalia, tinham a peste?

                                                                                                            O Sereno


                                                                                                        Nota do autor:
    Quero fazer cumprimentos especiais a quem ilustra o presente livro: Áureo da Piedade Mendes. Um cidadão da Goa -com quem me exprimo na língua comum galego-portuguesa- e um pintor ilustre. Formado em Belas Artes nas cidades de Londres, Lisboa e Paris.





    Meus caros, cá me achais de novo. Sou "Jorge" ou o Jorge Luís Argis da Pena... Para o meu amigo "O Sereno" serei sempre "Pepinho"...
    Neste mês de Novembro tao têpedo e impróprio, a água da chuva afinal visitanos em Madrid onde os acontecimentos políticos causam tanto sucesso.
    Qual fosse chuva desejada, uma chamada telefónica acordou-me às sete da manhã.
    -Estou.
    -O senhor "Pepinho"?
    Nesta altura o meu cérebro pujo-se em funcionamento e num curtíssimo espaço de tempo, na minha memória fotográfica, reproduzirom-se imagens semelhando um filme a branco e preto. Lembrei o oitenta e três... Só havia uma pessoa no mundo que ousava chamar-me com esse nome... "O Sereno"!
    -Meu amigo, como é que lhe vai?
    Ia-lhe bem... Vinha de Paris. Chamava-me desde o aeroporto de Barajas. Ia caminho de Santiago de Compostela... Falámos da sua estadia em Bósnia, da terrível guerra. Ele ficou atrapado por um tempo em Bihac...
    Lá combinou uma entrevista com o meu vizinho de Vila Velha, o Ricardo Aveiro. Que andara a fazer negócios de armas. Cujos sucessos me comunicou por escrito, por se os desejava novelar. Ainda que contou ao velhote seu desgosto por alguns dados aparecidos no meu último livro... Cavaqueamos muito, eu fui ao aeroporto, jantámos e tivemos, ainda mais, que aturar a balbúrdia dos conflitos laborais dos trabalhadores de Ibéria...
    Além do mais, falámos das minhas actividades literárias, do meu desalento pola discriminação lingüística que acontece por razões de grafia. Ele arregalou os olhos e exclamou:
    -Mas que dramalhões me contas?! Que país... Ensejo não há de faltar.
    -Eis o país que temos!
    Combinámos em que no futuro me ia ofertar a história dum cidadão de Goa, real e que ainda circula por estes caminhos de Deus... E que seja por muitos anos. Ia-me entregar suas façanhas em fanicos e logo eu teria que as arranjar até ficarem num romance ou novela.
    Aceitei o desafio... O tal Sr. Mendes, de Goa é desenhador muito bom, instruído nas Universidades da Índia, Inglaterra e Portugal... E ainda que a história das suas correrias fica adiada, apresento os desenhos que vas olhar neste livro, leitor, realizados por ele.


 

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