Sexto Fetiche

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O reverso do dó

 

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«A música é assim: pergunta,»

                                                   [EUGÉNIO DE ANDRADE]
















OUTONO

      OS últimos veraos foram só um cárcere com folhas,
relhas, verdes -verdes de liberdade a prazos ao ritmo das
ausências,  com um compasso de espera para o
esquecimento;  o derradeiro setembro sonhando no
valeiro, que nom volvam jamais o rio, a pele, o bronze
chamar a minha olhada de outono amarelando o riso da
distância.










PENTAGRAMA
Como patas de mosca caídas
em azul
Neve logo
As estradas infindas
Tempo
Um compasso
O céu límpido e
frio
claro
As nuvens neve










CHEGOU um inter-
valo longo
e logo
a música
fixo-se
barqueiro.










AMIZADE INTUITIVA

                             [A Carlos]


DO engano renasço na verdade mais alta
METAMORFOSEAS-TE
em Guadiana e nos olhos
vejo-me limpo e a bonança
revive mentres vogo marinheiro
inquieto no íris caramelo
Na foz das báguas
um aluviom de tempo repousa
e jazem soterrados touros vougos
que o vento com a tua música
tornou em debandada
A verdade mais alta um nó um laço
nascida de um engado.



                             [A Luís]

LEVÁROM os espelhos
—buganvílias nos púcaros dourados
raso rosa no leito
com música de estrelas—
ao quarto dos encontros
amorosos em dias de sol
e argaços Um alcatraz
debuxa-lhes escorços
no horizonte infindo
umha praia de vela
umha escuma mentres se beijam
os perfis se encolam
corpos água
a buscar no desejo
e umha luz possue-os
umha candeia guia-os
na noite das esferas
Aos pés um gato rosna inevitável.










ÁGUA Luz Cristal.

Música.

Perguntas.





                                                              Sárria [1998-1999]




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