11 de Outubro

Senlheiro

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Berrar Galiza
berrar bágoa de mil afluentes que se adentram raiz sede de terra
e de universo que comece no teu cala-frio
Berrar pola voz roubada esquelete ramificado na tua orige
umha arela imperfecta
formigueiro das nossas noites assalto ao muinho sepultado na terra apodrecida
acougo na humidade luita leitosa Lola José
Seria abrir as horas unir as peles mais fondas
lamber todas as fontes
e os sexos e a ponte dos recordos que arda sobre o océano
que nom nos deixem só fotografias baixo as lousas das cidades
Berrar brinco do sonho estoupido silêncio que golpea a torre
barco de néboa das nossas miradas rotas
remorso espido dum dia atrapado na caixa registadora deserto
Berrar: doi a raiva dos montes a raiva do desengano do futuro
as paredes inscritas que suam raiva
o pescoço da esperança a ferida de todos os versos apagados
os enredos das nossas pegadas o caducar-se dum rio dumha ledícia impossível
povo armado de história de língua de menceres
povo de suor acedo orvalho de reixas tortas
armado coas áncoras deslocando o céu as máquinas a mentira
Berrar que somos ainda sem pocimas válidas
ferramenta vendimia sementes de liberdade asubio no tempo crisálido
como retorcendo-se a serpe o abraço esquecido.

 


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