O porto da tua face à luz do
gas é o melhor naufrágio para a minha sede.
Eu procuro paz em ti se os teus faros me abrem o cantil no que já quero
ir morrer.
O frio da noite inunda-me e já nom posso…
Ao final da obscuridom, sei que estám os teus olhos
Mas a noite enveste e me afunde,
A noite enveste e me afunde,
Enveste e me afunde…
E me afunde…
E quero ganhar a costa, com tanta noite fria a abalar o meu pobre
pailebote
E a tua face ao fundo, alá longe, tam confusa…
E eu navego e me debato a procurar um
sinal… e nom sei se chega…
Promete-me que vai amanhecer…
E que daquela hei chegar…
Àquele porto anseiado.
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