As feras violadoras
Das horas que respiramos
Invadem a noite
A sua oraçom macabra
Tem eco na rua molhada.
Horas violadas
O oxigénio negado do povo
A fenda do grito desesperado
Furtivos ministradores de terápias marciais
O pêndulo insano
Parece pôr música à noite infame
E o cuvil aguarda
Para cozer a justiça infectada.
Rádio fórmula e electrodos
E o triscar de um novo limiar de dor tronçado
E o zoar das suas acusaçons
Violadores
Das horas que respiramos
Que um novo sol vos engola
Que a vossa noite se disolva
Num amanhecer de esperança
Corre mais que as tuas lágrimas, corre mais que os teus uivos
Além da dor está o futuro |