m1carvalhocalerosobreteatro003a.html
O HAMLET DE CUNQUEIRO
O Hamlet de Cunqueiro é a
peça de teatro galego mais recentemente representada no nosso
país. Nom é tam pobre como alguns pensam o repertório teatral
de que dispomos. Era costume até hai pouco entre os
superficialmente informados citar unicamente como peça notável A
fiestra valdeira. Logo foi-no mencionar Os velhos nom
devem de namorar-se. Fora dos eruditos, som poucas as
persoas que conhecem outras obras. Existem, porém, e tenhem o
seu interesse, e algumhas, verdadeira calidade. Leandro Carré
Alvarelhos, el próprio dramaturgo, é autor dos mais completos
trabalhos de catalogaçom na matéria. Eles amostram-nos a
existência de um número considerável de peças, umhas
impressas e outras inéditas, umhas levadas as tábuas e outras
nunca representadas. Um conjunto de produçons que precedêrom à
de Cunqueiro. O primeiro que caberia perguntar-se é em que
relaçom se acha a obra de Cunqueiro com esses precedentes.
A resposta nom oferece dúvida. O
"Hamlet" ignora essa tradiçom, ou essa massa inconexa
de esforços, se o preferides. O "Hamlet" nom se insere
numha ordem evolutiva do teatro galego, nem sequer aproveita
algum dos intentos individuais que se realizárom. Sem dúvida
Cunqueiro conhece, e talvez estima, algumhas das tentativas dos
autores que o precedêrom. Mas à hora de fazer o seu Hamlet,
comporta-se como se se propuxesse fundar o teatro galego: atitude
que, polo demais, foi, até agora, falando em termos gerais, a de
todos os que trabalhárom neste campo. Isto significa que
ninguém creu seriamente na existência de umha tradiçom teatral
galega, e todos os autores dramáticos, Cunqueiro entre eles, se
consideravam na situaçom de edificar sobre alicerces novos. De
modo que o teatro galego consiste até hoje numha série de
intentos de fundaçom. Este carácter genético coloca o Hamlet
dentro da tradiçom do teatro galego, tradiçom que consiste
precisamente em carecer de tradiçom.
Mas como nada se fai da nada, umha
vez que sublinhámos o que a muitos parecerá óbvio, mas que tem
grande interesse para a valorizaçom das peças conhecidas,
haveremos de inquirir que formas dramáticas nom galegas fôrom
beneficiadas por Cunqueiro no seu Hamlet. Quer dizer, em
que tradiçom foi procurar o que nom achou na tradiçom do país.
Trata-se do teatro europeu
contemporáneo, que se serve do mito no seu afám por deitar um
raio de luz sobre a condiçom humana? O próprio autor declara
crer nos mitos, e ao dizer que fai falar a Hamlet para fazer
falar ao home, e que hai para o espectador, por dizê-lo de
algumha maneira, uns supostos hamletianos, está definindo a sua
atitude, que parece a mesma de toda a série de dramaturgos
franceses contemporáneos que se servirom das velhas máscaras da
tradiçom cultural para formular os seus diálogos sobre o
destino do home.
As tragédias míticas de hoje nom
som dramas de acçom. Oponhem-se fundamentalmente ao drama
brilhante de Lope, rico em acontecimentos, desbordante de lances
e sortes. Agora trata-se de revelar-nos situaçons radicais do
ser existente, partindo de um sucesso que se limita a desencadear
as forças interiores, e que muitas vezes se dá por acontecido.
De modo que a obra começa onde antes costumava terminar. É um
epílogo. É um pranto sobre um cadáver, ou um concertante sobre
umha epifania. Ainda naquelas peças em que a acçom se
representa, o carácter de puro andaime estrutural da mesma
revela-se no seu irónico esquematismo, na sua desdenhosa
impressom, na sua inverosimilhança insolente ou na sua atrevida
inconexom. É claro que se trata de um meio auxiliar e
convencional, bom somente encanto nos permite chegarmos aos
abismos em que queremos mergulhar-nos. Assi a tragédia se acerca
ao diálogo platónico. Pouco se fai; muito se discorre. O clima
é o do Fedom salvando as peculiaridades ideológicas.
A obra de Cunqueiro é toda ela um
desenlace. O assassinato em Boémia e a apariçom na Torre já
ocorrêrom cando se levanta o pano. Até o mesmo final, em que
todo se precipita, e as mortes se sucedem com umha rapidez
vertiginosa, quase nom hai outra cousa que umha conversa mui
espiritual. Esta, e nom o amontoamento de cadáveres, perfila-nos
a figura do mito. Hamlet crê-se filho de Olaf e como tal está
determinado. Porém, é filho de Halmar. Inteira-se disto. Pode
mudar o seu destino? Vamos supor que hai umha lei moral superior
à lei biológica. Nom se justifica Halmar na cena IV do acto
III? Por mui duvidosas que sejam as suas explicaçons para um
juiz, nom seriam suficientes para deter a mao do parricida? Na
realidade, Hamlet nom pode ouvir o seu pai, está destinado a nom
ouvi-lo e nom parece que seja Gerda, senom mais bem Olaf, quem
lhe pom a espada na mao. O que nada resolve. Hamlet é filho de
Olaf e filho de Halmar. Gerda é a sua nai e é a Clitemnestra do
seu pai, dos seus pais: dos dous irmaos Hadrada. Por outra parte
nom é a sua nai. Clitemnestra começa a adoptar o semblante de
Iocasta. Hamlet, será Edipo tamém? Ou preferirá ser Orestes?
Será Orestes, si. Mas em resumo, quem é? Já nom o sabe. A
ordem moral e a ordem material contradim-se. O home fracassou.
Aforca-se.
Segundo este esquema
interpretativo, sem dúvida discutível na dosage das
motivaçons, o Hamlet de Cunqueiro estaria na linha do
teatro europeu mais existencialista. A essência de Hamlet
revela-se como umha mentira, como umha vacuidade. Ja nom se sabe
o que é um pai, nem umha mai, nem um filho, nem a verdade, nem a
justiça. A vida é umha proliferaçom de germes insanos que se
destruem mutuamente. Se Hamlet é o home, se Elsinor é o mundo,
a humanidade está condenada ao aniquilamento. O seu destino
final é a desesperaçom.
Resultaria assi, que pola sua
estrutura e polo seu sentido, este Hamlet está dentro
da tradiçom mais moderna do teatro ocidental, mas com a
particularidade de que o seu pessimismo é tam radical, a sua
concepçom da vida tam negra, que Cunqueiro teria dado um dos
mais ferozes testemunhos que se conhecem da absurdidade da
existência. O Orestes de Sartre assume o seu acto, e na medida
em que o seu fardo é pesado, nessa medida se regozija, pois el
é a sua liberdade. A Antígona de Anouilh afirma a sua
autenticidade. Som seres triunfantes na tempestade da
contingência, pois a tensom ética que acumulam dá-lhes
estatura heróica. O Hamlet de Cunqueiro considera-se um
"leirom", filho de um "leirom". Perde-se na
confusom e no espanto. Nom pode afrontar a vida.
As obras anteriores de Cunqueiro nom faziam esperar este
niilismo. Cunqueiro cultivara até entom um género que é por
essência optimismo juvenil. A novela, no seu significado
primitivo. O relato de histórias divertidas cheio de sucessos
maravilhosos. A narraçom gratuíta supom umha frescura infantil.
O mundo de Cunqueiro é um paraíso, paraíso terrenal, desde
logo, onde se desenvolvem as actividades ordinárias da nutriçom
e a reproduçom mas onde nom existem a gula e a luxúria, porque
nom se produziu o pecado original. E agora, por fim, a serpente
entra no paraíso. Neste drama sombrio do pai, a mai e o filho,
todo é adultério, incesto, parricídio. É que a ética
substituiu a estética.
Mas, até que ponto?
No esquema argumental acima
indicado, nom se mencionam todas as personages da obra. No que
esta tem de tragédia moderna, nom se necessitam as demais. Mas
Cunqueiro conserva Ofélia, Polónio e Laertes, assi como os
cómicos. Estas figuras, que se acham em Shakespeare concebidas
de outro modo, nom eram em Cunqueíro indispensáveis para o
desenvolvimento da sua ideia, por mui eficazes que sejam
artisticamente. Suponhem precisamente umha contaminaçom
estética na pureza eticista da tragédia actual. Remetem-nos ao
Cunqueiro mais conhecido. E nom é isso só. Morrem as très
personages essenciais, e de morte violenta. Mas observemos o que
dim ao morrerem. Halmar: "Istas espadas de Itália tenhem
folhas mui longas!". Gerda: "E nom che tinha medo,
Hamlet, filho!". Hamlet: "Fam agora tam ásperos
espartos!". Como devemos entender, numha angustiosa
tragédia, tam elegantes epitáfios? Os dous últimos som
inclusive perfeitos hendecassílabos. Velam os cadáveres com a
sua graça esquisita, e distraem-nos do horror da morte. A morte
é dominada polas exéquias, a vida polo rito, a dor polo
epigrama, a violência polo ritmo. Enfim, a ética pola
estética. A arte recobra a sua autonomia. O autor situa-se fora
das personages, e envolvendo-as, ao caírem, no brocado das belas
palavras, alivia-nos da tensom vital, remansando-a numha
despregadura de arte pura.
Parece-me, pois, que a impressom
final do espectador do drama, nom será a de que se acha perante
umha tragédia radicalmente ideológica, nuamente mítica. Os
elementos histórico-culturais som mui abundantes, as cenas
episódicas existem, os primores ornamentais tenhem muita
importáncia. Nada disto é mui ortodoxo dentro da preocupaçom
antropológica do teatro de hoje. A personalidade de Cunqueiro é
demasiado madura e demasiado independente para aceitar o pago de
um tributo oneroso a calquer fisco escolar. O seu Hamlet
teria sido intoleravelmente desolador se nom estívesse
orquestrado à maneira de umha ópera barroca e aristocrática.
Domina-nos a sensaçom de que o autor maneja os seus bonecos como
um mestre de baile, e que a sublimaçom estética da matança de
Elsinor é, em definitiva, mais importante do que o horror humano
da mesma.
Por isso, este Hamlet
afasta-se do teatro do seu tempo, e, como segundo fica anotado,
nom tem nada que ver com o teatro galego histórico, havemos de
concluir que, apesar das conexons reconhecidas, é umha obra
original. No seu conjunto, e na sua mais íntima raiz só
encontro um grupo de obras com que tem um indubitável
entroncamento: o grupo constituído polas restantes obras de
Cunqueiro.
BOCCACCIO EN GALICIA
Unha peza dramática publicada pola
colección "Illa nova", e firmada por Bernardino
Graña, inspírase, como o autor ten indicado, nun conto do Decamerón.
É interesante esaminar o que de Boccaccio pasóu ao autor
moderno, e o que se topa no autor moderno que non proceda de
Boccaccio. O primeiro que compre é localizar o testo do
florentino. Identificámolo como a novela V da xornada IV. Nesta
xornada, baixo a rexencia de Filostrato, fálase daqueles que
tiveron amores con fin infeliz.
Boccaccio cítanos o comezo dunha
canción que, segundo nos di, foi composta con motivo do sucedo
que relata. Este preséntasenos, pois, como real. Esistía en
Messina unha familia de mercaderes formada por tres irmáns e
unha irmá, todos mozos. A moza chamábase Lisabetta. Tiñan un
dependente, Lorenzo, que gustóu á moza, do cal aquél decatado,
comezóu a pór o ánimo nela, e así chegóuse a unha
intelixencia amorosa completa aínda que clandestina. Non tan
eficazmente se ocultóu o trato que o maior dos irmáns non o
descobrise, sin advertencia dos amantes. Deliberóu en segredo
cos outros dous qué conviría facer a fin de que nin a eles
mesmos nin á súa irmá se seguise infamia do caso. Decidiron
eliminar a Lorenzo, o que efeituaron nun lugar moi solitario e
remoto, onde ficóu soterrado. Voltos a Messina, fixeron correr a
voz de que, como outras veces, marchara da cidade en comisión de
negocios. Lisabetta, moi anguriada pola longa ausencia, chamaba a
Lorenzo nas súas interminabeis noites senlleiras, ata que o mozo
se lle aparecéu en soños e lle esplicóu cómo non podía
regresar e ónde se achaba soterrado o seu corpo. Lisabetta,
guiándose por estas indicacións, e non atopando maneira de
poder rescatar todo o cadáver para lle dar conveniente
sepultura, apodérase da cabeza e entérraa nun testo grande,
onde planta unha alfábega, que coas súas bágoas copiosamente
rega, e que convirte en ouxeto dun apaixonado culto. Para
arredala da súa ousesiva ocupación os irmáns retíranlle o
testo, e ante a insistencia con que desolada o recrama,
rexístano, e veñen en coñecimento do que contén. Cheos de
temor, abandonan Messina. Lisabetta morre pedindo a súa maceta.
Bernardino Graña conservóu o
motivo central, pintoresco e macabro, do testo que oculta a
cabeza cortada. Dito testo é paseado pola escea ao longo da
obra, e desde o primeiro momento percíbese que encerra un
misterio que o desenlace ten de descifrar. Con elo dá un
carácter suspensivo a acción, que en Boccaccio se narra segundo
unha liña cronolóxica rigurosa, allea a todo propósito de
espectación. Temos aquí xa unha importante inflesión na
técnica do desenrolo do tema, que convirte en peza de intriga o
que era só doente historia sentimental. Ésta esprésase en
Boccaccio mediante o elegante estilo abstracto que caracteriza ao
autor. Os persoaxes non oferecen ningunha sigularidade. En
Graña, que traslada a acción aos nosos días e a nosa terra, as
figuras individualízanse, adquirindo peculiaridades persoáis.
Desde logo, o ambiente lendario esváise, e é sustituido por un
clima de realismo deliberadamente sórdido, no que se recargan as
tintas para lograr unha impresión de horror que remplace ao
sentimento de conmiseración que a nove1a persegue. A novela
sentimental tranformóuse así en traxedia arripiante, e o
dramaturgo complácese en sobresaltar ao espeitador cunha
notábel acumulación de situacións estarracentes, que culminan
nun desenlace percurado coa evidente intención de causar a
impresión máis desagradábel posíbel. Por suposto, a acción
tense complicado con novos persoaxes, e novos motivos, nos que a
baixeza moral e os pulos morbosos conspiran sistemáticamente a
crear un ambiente que ninguén tildará de rosado, romántico,
sentimental ou idealista. O autor non se concedéu xiquera
licencia para deseñar con riscos amabeis á súa Lisabetta, que
aquí se chama Nieves. Rodeada de asasinos, ladróns e sátiros,
a pobre Nieves merecería a nosa simpatía se Graña non se
preocupara de impedilo dotándoa dunha linguaxe e unhas
reaccións defensivas tan agresivas e crudas que nos obrigan a
desistir das nosas boas intencións. O autor non quixo trazar
unha figura fermosa, que botaría unha raiola de luz no negro
mundo que pintóu. Combinando a pintura da besta humana co
melodrama policíaco, este mozo e implacábel Bernardino
demostróu a súa capacidade de horrorizarnos co seu inesorábel
manexo dos tons sombrizos. O seu resalte dos elementos ominosos
do relato de Boccaccio, e a súa sistemática eliminación de
todo o que no toscano é beleza marmórea e platónica
luminosidade, definen a súa actitude dramática, a dun Séneca
sin solemnidade nin retórica, de acordo cos nosos tempos de
horror negro, que pon a súa finalidade na conmoción, non xa na
emoción do espectador. Fiammetta suspiróu, sin dúbida, e
derramóu algunhas bágoas de ternura ao escoitar a historia de
Lisabetta e Lorenzo. Mais se asistise á representación de Vinte
mil pesos crime, cubriríase os ollos co seu veo, por non
ver. É evidente que Bernardino, a diferencia de Boccaccio, non
escrebe para Fiammetta. Non estamos no tempo das craras mulleres,
senón no dos homes escuros.
TEATRO GALEGO
Serodiamente, a iniciativa privada
vai creando en Galiza premios literarios que favorezan o cultivo
artístico da nosa lingua. Aquiles distes premios que se
encamiñan ao fomento dun teatro galego, son os de maior
oportunidade. Ningún xénero literario ten unha proxeición
social tan acusada como o xénero dramático, i é natural que a
sociedade protexa económicamente con especial interés aquelas
actividades estéticas que máis direitamente lle devolven en
forma de goce artístico e colaboración educativa o agarimo
outorgado. O premio Castelao de teatro galego é por istas
razóns o máis rentable socialmente dos premios literarios de
Galicia, sempre a condición de que as obras premiadas sexan
efeitivamente representadas. Non ocurriu así o primeiro ano que
se outorgóu iste novo premio. Nen a peza galardonada nen
ningunha outra das que mereceron unha mención honorífica do
xurado, foron levadas á escena. A outra banda do Iberr;
de Xohana Torres, que empatóu inicialmente coa definitivamente
escollida, pubricóuse en forma de libro; pero o teatro, como a
música, ten por finalidade natural a interpretación, e non a
impresión, e ista é un cativo sustituto daquéla.
Felizmente, temos visto
representada a obra de Xenaro Mariñas A revolta,
gañadora do premio Castelao do ano derradeiro, segundo da
historia disa institución, se é que lle podemos dar ise tiduo.
O día 3 do mes corrente, a obra foi estreada en Santiago, e o 8
seguinte, reposta. Por fin o teatro distinguido polo criterio
unánime ou non, dun grupo de persoas que se constitúen en
xurado, sométese ao fallo do verdadeiro púbrico pra o que
normalmente foi concebido.
¿Cómo reaccionóu iste púbrico
perante a obra que se lle oferecéu? As ouservacións que temos
feito durante as dúas sesións, permítennos rexistar o feito de
que a peza de Mariñas gañou tanto máis o interés dos
espeitadores canto istes tiñan unha maior formación cultural. O
púbrico máis popular, menos preparado, e cunha esperiencia moi
limitada, i en grande parte trabucada, do teatro galego,
permanecía modestamente atento ao diálogo, do que semellaba
agardar o que non acababa de oir, e suliñaba os ditos e
actitudes que lle aparecían cómicos, e nos que o autor
percuróu un efeito de contraste ou ironía tráxica que no fondo
está a cen leguas de toda pretensión de comicidade.
No momento actual ¿fainos falla un
teatro de altura inteleitual, ao nivel do que se representa nos
escenarios máis distintos de París; ou máis ben un teatro
pensado pra un púbrico menos traballado pola cultura, que
percure a súa educación, pero partindo da súa escasa
esperiencia actual? Iste pranteamento do problema é seguramente
incorreito. Non podemos renunciar a que os nosos escritores de
formación europea, que non se resignan a que a súa literatura
teña un tono puramente doméstico, elaboren obras de creación
cobizosa, dirixidas a un púbrico que representa unha conciencia
artística superior. Iste tipo de obras é o que realmente nos
permite alternar decentemente coas literaturas estranxeiras. Pero
temos logo o problema da nosa propria educación. O ensanchamento
da base do púbrico culto, só se pode facer con pezas que,
revestindo unha forma popular, alenten ao espeitador inxenuo, ao
se lle facer do gosto, que as mesmas pezas, con pedagóxica
destreza, deben provocar mediante unha maina estilización dos
procedimentos técnicos que iste tipo de púbrico dixire.
Realmente, necesitamos un e outro xeito de teatro; pero eu me
atrevería a recomendar, en vista dos dados con que xogamos, que
os autores non estremasen -na linguaxe, na técnica, na
ideoloxía- as diferencias de clase: que os aristócratas
tenderan un pouco á democracia, que os demócratas tenderan un
pouco á aristocracia. Así o ámbito de ésito posibre dos dous
tipos de teatro ficaría ampliado. E o teatro galego necesita
urxentemente ista ampliación.