Reticências... (1986-1989)

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Escolma. Parte V. Na China

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Na China
nacem vinte e seis nenos por minuto.
Radiaçons de amarelo,
em ondas incessantes,
estenderám-se pola pele do mundo,
seja esta prata, cobre ou ónix;
metais, enfim, ou pedras
menos fortes que o ouro
como padrom de câmbio. A quantidade
impom a qualidade
num tempo em que o poder de massa é decisivo.
Agora nom é o raro
o bom. O raro é vergonhoso.
E prata, cobre ou ónix
serám em breve formas patológicas
de cor da pele. Consulte o dermatólogo
quem nom assimilasse o ouro padrom.
Toda pele minimamente sá
tem que ter recolhido
as radiaçons do Oriente,
provenientes da China, onde, segundo
seguras estatísticas,
nacem vinte e seis nenos por minuto.
Muitos milhons de poros irradiando
cromossomas ou gens,
esporos ou eflúvios
auríferos, avondam
para que se produza a necessária
mutaçom na epiderme discrepante,
e a feliz unidade se reduzam
as nom rendíveis, e perturbadoras
divergentes pigmentaçons da pele.
Os insensíveis às obriças ondas,
serám corpo a extinguir no lazareto.
Pele amarela, oblíquos olhos, liso
cabelo negro em toda a parte triunfarám.
Exércitos inúmeros
de engraçados meninhos
e de maes jeitosíssimas
da cor do sol, invadirám o mundo,
e imporám a sua graça
sobre toda a epiderme,
mediante a mestiçagem,
o enxerto, a cirurgia,
o estofado, o verniz. De um jeito ou outro
(se nom nas transacçons
mercantis), na genética,
o padrom ouro triunfará afinal.

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