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E
agora som um velho patrom que
se
senta ao sol no banco de um passeio.
A
minha vida fica atrás. Foi minha?
Quem
fum outrora?
Fum
eu -este que agora som- aquele
que
estes mesmos carreiros transitava
um
tempo perseguindo a borboleta
ilusória
do amor, e neste mesmo
banco
torrava o coraçom, ao sol
do
rosto de umha forma feminina,
já
nom sei qual, ao meu carom sentada?
A
minha boca que articula agora
um
monológico silêncio, é
aquela
que sabia dialogar
consoante
a gramática perdida?
Nem
apego me fica ao que onte fum,
nem
ao que onte regia o meu falar
e
o concertava com o falar seu.
Nacim
já velho neste banco ao sol,
e
aquel que outrora fum morreu em mim,
e
sinto-o como um outro
que
nom herdei, pois nada tenho del.
Mocidade
nom tivem; som um velho
de
poucos anos, que nacim assi.
Apócrifa
é a história
com
que alguns me encadeiam
às
alegres tristezas de um passado
de
harmonioso furor primaveral.
Sentado
neste banco, tam só espero
que
de mim mesmo brote o sono. Aquela
moça
que se detém perante mim
talvez
onte ao meu lado se sentava,
estorva-me
hoje, e a seguir convido-a
a
sua via, pois furta-me o sol.
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