A Tábua Ocre de Núbia (ou o Significado da Vida)

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Quadro II: Cenas 1ª e 2ª.

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Quadro II
A Hipótese Grega
(a Eterna Tragédia)


Cena 1ª


     Ao se acender de novo a luz aparece a boca do cenário fechada por um novo pano com um busto desenhado. O do Dr. Alexis Konstantinos, como era previsível. Pode-se mesmo aproveitar um único pano para representar todos os intervenientes, disfarçando-o, sobre uma base comum, com pequenos elementos característicos: o monóculo, diferentes gravatas, bigodes, barbas óculos etc. Nesse caso as mãos (que agora aparecem juntamente com ele, a descansar nos laterais, numa atitude de espera, com os seus correspondentes manipuladores ao pé) poderiam ser as mesmas que as do Secretário/Coordenador. Se o pano fosse diferente, e, como consequência a cor da roupa, teríamos que empregar umas outras mãos (ou, quando menos, umas outras mangas) em consonância com ela. A voz é que tem que se diferençar de forma nítida. No caso de recorrer a um único narrador, este deveria ser capaz de imitar, sem estridências, vários tons e modulações de voz, para o qual temos adjudicando uma diferente localização geográfica a cada um dos oradores, a fim de ele se poder ajudar por meio do sotaque, sem nunca chegar à caricatura ou ao exagero.
     As mãos começam a mexer ao mesmo tempo que a voz começa a sua intervenção, exactamente igual que acontecera no Quadro anterior.

Dr. Alexis Konstantinos.- Eu gostaria de começar a minha intervenção procurando um ponto de ligação com quem me tem precedido no uso da palavra, mestre de todos nós, a quem não posso senão agradecer os cálidos termos da sua apresentação.
     Porque, embora não deva ser considerada mais do que uma lenda, a inscrição gravada no seu cofre não deixa de apresentar algum elemento que pode ser aproveitado pela Ciência, à hora de determinar o significado da Tábua objecto deste Congresso.
     Com efeito, a nossa tese parte da base de que algo de verdade, misturado com muito de mito, foi registado na legenda representada nesse cofre. E resulta ser certa no relativo a uma das escritas de que assegura ser origem. Porque, para nós, a escrita que aparece na Tábua Ocre de Núbia constitui, correctamente interpretada, um precedente claríssimo, sem dúvida, da escrita silábica micénica, com evidentes traços que a relacionam com a cultura Minóica e um espantoso paralelismo com as inscrições encontradas no palácio de Cnossos, cuja técnica arquitectónica, que emprega blocos de barro sem cozer, apresenta uma relação directa com o material de que a Tábua é feita.
     A partir destas premissas…

     Hesita um momento, as mãos começam a rebolar indecisas no centro proscénio.

     …trago umas lâminas em que se poderia ver mais claro…

     As mãos desaparecem um momento por um lateral e regressam “trazendo” uma lâmina ou cartaz (que não é outra coisa que um pano branco) que outros manipuladores vão estendendo ao longo do cenário. Dentro dela aparece o desenho da Tábua tal e como a acabamos de ver projectada. Ao mesmo tempo que a sua imagem vai ocultando a do orador este vai pedindo desculpas pela escassez de meios.

     …Desculpem o carácter um tanto rudimentar da apresentação, mas não tive tempo de tirar as fotos para a projecção… Ali atrás parece que dizem que não conseguem ver… Não se preocupem que eu logo mando passar as lâminas para que todos vejam… Dizia que, a partir destas premissas e baseando-nos na similitude pasmosa entre os signos reproduzidos na Tábua Ocre de Núbia e os caracteres micénicos…

     As mãos voltam a desaparecer, levando consigo a lâmina. Ao reaparecerem “trazem” uma nova lâmina, em que se vê o mesmo fragmento que antes, mas incrustado na parte superior de uma lápide de um material de cor imprecisa, branco sujo, em que se continuam os caracteres interrompidos pelas fracturas da porção ocre, e que se prolonga, na parte inferior, através de numerosas linhas de signos lavrados inteiramente no material cinzento.

     …temos elaborado esta reconstrução hipotética, em que, como podem apreciar, o fragmento original mantém a sua cor original também. À parte reconstruída demos-lhe esta outra cor, para o público poder diferençar correctamente uma de outra…

     As mãos “retiram” a segunda lâmina, e correm a encontrar-se, alvoroçadas, diante do rosto plano do seu dono, para exprimir, com um bater constante de gemas contra gemas, a alegria indescritível que o rosto não pode descrever.

     Isto permitiu-nos, não só identificar a Tábua encontrada na Núbia como um fragmento de uma primitiva tragédia, hoje em dia perdida, como também reconstruir uma boa parte do seu começo, relacionando, o texto decifrado da Tábua, com numerosos versos, tirados de autores posteriores, que só agora sabemos que não eram senão citações dela.
     Não gostava de enfatizar em excesso, mas calculem a revolução que a nossa descoberta implicaria no campo da helenística: suporia fazer retroceder as origens da tragédia grega nalgumas centúrias, e não poucas.
     O fragmento assim reconstruído, ao qual vou dar leitura seguidamente (com a sua licença), não podia tratar, aliás, um tema mais apropriado nem mais entroncado na tradição Minóica, o qual constitui mais um argumento a nosso favor. Recria o velho mito do Minotauro e o Labirinto, de Dédalo e Pasífae. O texto começa com o lamento de Dédalo, prisioneiro da sua própria obra, e a antiguidade do tema não faz senão confirmar-nos a própria antiguidade desta tragédia, que acaba por ser algo assim como a nossa eterna tragédia.

     Pausa. Vai descendo a intensidade da luz (sem chegar a apagar) enquanto o pano com o busto do orador vai correndo lentamente, deixando ver, por trás, a cena seguinte, ainda numa meia penumbra. As mãos iniciam o seu letargo nos extremos do proscénio, como se o palco inteiro fosse a folha de papel em que o Dr. Alexis lê, e elas ficassem ali como a sustê-la.

     Peço-lhes desculpas se percebem qualquer coisa estranha na minha voz, mas, após uma vida inteira consagrada a demonstrar a minha tese, este é um momento muito especial para mim e duvido que seja capaz de conter a emoção…





Cena 2ª


     Conforme vai correndo o pano, sobe a iluminação da cena que se descobre por trás dele. Interior do Labirinto. Num pano que enche o fundo do cenário aparecem desenhados, em complexa estrutura, profundos corredores que não conduzem a parte alguma e grandes arcadas que não suportam tecto nenhum, pois longas e estreitas faixas abrem-se, lá no alto, para um céu grandiloquente e opulento, sulcado de nuvens que parecem posarem para Rembrandt.
     Convenientemente espalhadas, e assimetricamente dispostas, algumas colunas em relevo, distribuídas por diante do pano, contribuem para dar volume e mistério ao labirinto. No centro da cena aparece Dédalo, de pé, com os braços estendidos. Detrás dele, ao fundo, o coro pretende guardar alguma simetria e compostura entre tanta confusão arquitectónica. A parte central do coro vai fardada com túnicas de cor ocre, e máscara do mesmo tom. Os coristas dos laterais trazem, porém, túnicas e máscaras iguais em tudo, excepto na cor, que é a mesma (branco sujo ou cinzento claro) da parte reconstruída da placa que acabamos de ver. A distribuição entre uma ou outra zona do coro não é regular, mas tão sinuosa como a forma da Tábua. Todos os elementos da cena apresentam a mesma e curiosa configuração. Uma parte ocre e outra cinzenta, irregularmente distribuídas. As colunas, quer em relevo, quer pintadas, o labirinto inteiro parece feito destes dois materiais. Igual que no caso do coro, grosso modo, a cor ocre tende a ocupar a parte mais central e mais elevada de cada elemento, e o cinzento as zonas laterais e inferiores, lembrando sempre a distribuição da última lâmina. O próprio protagonista, Dédalo, apresenta também esta dupla natureza. A sua túnica, os seus coturnos são manchas cinzentas e ocres em luta. No rosto exibe uma máscara reversível, por um lado predomina o ocre, com um pouco de cinzento no queixo e numa face, mas ao virá-la a proporção inverte-se e é quase toda ela cinzenta, com um bocadinho de ocre nos extremos, como lixado com barro. O seu acento parece mais sincero quando fala seu lado ocre, e mais forçado e opaco quando fala o cinzento, e isso mesmo acontecerá no coro.
     Mal acaba o orador de falar, Dédalo, que apresenta agora o seu lado ocre, irrompe em plena melopeia dos seus queixumes.

Dédalo.- Ai de mim, Ai de mim, por três, por quatro vezes, por sempre, ai de mim!
Coro Ocre.- Ai de ti, ai de ti, por sete e oito vezes, por sempre, ai de ti!

     Dédalo observa o coro como se não desse crédito aos seus próprios olhos, como quem crê despertar e sonha que acorda. Ouve-se o riso de Pasífae, lá em cima, ecoando em todas as paredes do labirinto.

Dédalo.- Ai de mim! (Vira a máscara, que mostra agora o seu lado cinzento) Esse riso! Ela foi, agora o entendo! Acaba de fazê-lo! Outra volta cruel, neste jogo sem fim. (Volta a máscara para o seu lado ocre) Por vinte, por mil vezes, por sempre ai de mim!
Coro Cinzento.- Tua foi a obra, tua foi a culpa. Sempre haverá mais uma vez.
Coro Ocre.- Por vinte, vinte e uma, por mil, por mil e uma, por sempre e sempre e uma, por sempre ai de ti!
Dédalo.- Ai de mim (Vira rapidamente a máscara, deixando ver o seu lado cinzento), Dédalo, insigne entre os arquitectos de Creta. O número das minhas obras terá que nascer Pitágoras para o poder expressar! (Vira de novo a máscara) Ai de mim... (Volta a apresentar o lado cinzento e começa a deambular pelo cenário) por que me vejo encerrado neste Labirinto? Explica-mo tu, ó coro, que estás aqui desde o começo da obra.
Coro Ocre.- Ai de ti…
Coro Cinzento.- Coitadinho de Dédalo…
Coro Ocre.- Ai de ti…

     O Coro Cinzento divide-se em duas vozes que falam de modo, às vezes alterno e às vezes simultâneo, às vezes convergente e às vezes divergente.

Coro Cinzento 1.- Tu mesmo foste quem o construiu…
Coro Cinzento 2.- Tua foi a culpa, tua foi a obra.
Coro Ocre.- Por mil, por mil e uma. Por sempre, ai de ti…
Coro Cinzento 1 e 2.- Ó pobre Dédalo…
Coro Ocre.- Por sempre ai de ti.
Dédalo.- E como foi isso, explica-te. Por que ia eu…. (Vira a máscara)…Ai de mim! (Vira a máscara)… construir um cárcere para mim próprio, e um labirinto de que eu mesmo seja incapaz de sair, ainda que o tente…(Vira a máscara) …por três, por quatro vezes…

     Dédalo compassa o seu deambular pelo cenário com o ritmo das suas transições. Aproveita o seu périplo em volta de uma coluna para desaparecer pelo seu canto ocre com a máscara do lado ocre, e reaparecer pelo canto cinzento com a máscara virada para o lado dessa cor. Se vai falando ao pé de um muro, por exemplo, começará o parlamento “cinzento” sobre a sua parte cinzenta, e mudará a cor da máscara quando chegar à zona em que o muro muda a sua. Sempre reforçando a ideia de que há duas obras encaixadas, ou comprimidas, numa mesma cena.
     Acaba ficando em frente do coro, a olhá-lo com o lado cinzento da sua máscara.

Coro Cinzento 1.- Não foi para ti que o construíste…
Coro Ocre.- Ai de ti!
Coro Cinzento 2.- …mas para o Minotauro…
Coro Cinzento 1 e 2.- …monstro terrível…
Coro Cinzento 1.- …filho da nossa rainha Pasífae.
Coro Ocre.- Ai de ti!
Dédalo.- Então, por que não é o cárcere dele, mas cárcere, ao contrário,… (Vira a máscara)…Ai, de mim!?
Coro Cinzento 1.- Pasífae…
Coro Cinzento 2.- …com artes de magia negra, que só ela possui…
Coro Cinzento 1.- Trocou a tua sorte e a do filho.
Coro Cinzento 2.- E agora és tu…
Coro Cinzento 1 e 2.- …filho do teu próprio infortúnio e refém do teu saber. Condenado a ser escravo…
Coro Ocre.- …por sempre, ai, de ti…
Dédalo.- Ai, de mim? (Vira a máscara) Não percebo: não fora ela que me pedira que construísse o labirinto para esconder das visitas esse filho? Ou tão só mo pediu, a sua porca, para se poder rir …(Vira a máscara)… por sempre, ai, de mim?
Coro Cinzento 1 e 2.- Não foi ela…
Coro Cinzento 1.- …mas seu esposo…
Coro Cinzento 2.- …e nosso Senhor…
Coro Cinzento 1 e 2.- …Minos, Rei de Creta, e de todos os cretenses…
Coro Cinzento 1.- …e cretinos…
Coro Cinzento 2.- …que te pediu para encerrares Minotauro numa obra que as idades futuras julgassem digna apenas…
Coro Ocre.- …ai, de ti!
Dédalo.- Ai…(Hesita. Detém-se e vira a máscara) Não ligo nenhuma: o pai odiava o filho e a mãe amava-o, mas queria-me pôr no seu lugar… Não sou eu Dédalo, ou será que me chamo Édipo, por acaso? Ter-me-ei enganado de Tragédia, ou será que o cocheiro da quadriga que me trouxe confundiu os Teatros? Explica-mo bem, porque o não entendo, ainda que mo repitas… (Vira a máscara) …por três, por quatro vezes.
Coro Ocre.- Por vinte e vinte e uma, por mil e mil e uma…
Coro Cinzento 1 e 2.- …por muitas vezes que o repita, nunca conseguirás perceber.
Coro Ocre.- Ai de ti!
Coro Cinzento 1.- Minotauro não foi filho de Minos…
Coro Cinzento 2.- …mas de Tauro…
Coro Cinzento 1 e 2.- Um assunto de chifres, já tu entendes…
Coro Cinzento 1.- Minotauro foi fruto de amores ilícitos…
Coro Cinzento 2.- …da Rainha de Creta…
Dédalo.- Ai de mim!
Coro Ocre.- Ai de ti!
Coro Cinzento 2.- …Sim, sim, Rainha de Creta e de todos nós…
Coro Cinzento 1.- …com um boi vindo do mar…
Coro Cinzento 2.- (Num aparte que é praticamente uma nota a pé de página) …que não deve de ser confundido com certo mamífero aquático mais conhecido como “foca”.
Coro Cinzento 1.- …pois tratar, tratava-se de um touro bravo com que o divino Posídon, senhor dos mares, quis presentear a corte do Rei de Creta…
Coro Cinzento 1 e 2.- E aquilo que o Rei de Creta decreta, sempre se há de cumprir.
Coro Cinzento 2.- …E, ao ver a feitura do filho, Minos compreendeu este engano, e mandou para sempre ocultá-lo …
Coro Ocre.- …Ai de ti…
Coro Cinzento 1.- …pobre Dédalo…
Coro Cinzento 2.- …ordenou-te fazer…
Coro Ocre.- …por vinte e vinte e uma, por mil e mil e uma…
Coro Cinzento 1.- …dracmas de prata de curso legal…
Coro Cinzento 2.- …uma casa de que nunca conseguisse sair…
Coro Ocre.- …por sempre e sempre e uma…
Coro Cinzento 1.- Mas Pasífae, a mãe, logrou do Rei promessa de nunca o encerrar…
Coro Cinzenta 2.- …E eis que o Rei te encarrega, então:

     Um dos membros do Coro Cinzento representa a voz do Rei.

Corifeu.- Faz uma casa, sem portas, de que não possa escapar!

     O Coro irrompe numa nova melopeia em que as vozes de uma e outra parte se vão sobrepondo e confundindo.

Corifeu.- Ó, Minos…
Coro Ocre.- (A repeti-lo todo o tempo, por baixo das outras vozes) Ai de ti!
Coro Cinzento 1 e 2.- …por que tiveste que ser o Rei de Creta.
Corifeu.- Ó Minos…
Coro Cinzento 1 e 2.- …por que não podias ter sido um Rei Normando, Celta, Ostrogodo, Cheroco, Viking ou Norueguês?
Coro Cinzento 1.- Se fosses Rei Normando, os cornos na cabeça não te iam pesar…
Coro Cinzento 2.- Se fosses Rei da Gália, ao ver o Minotauro não te ia estranhar.
Coro Cinzento 1.- Se fosses Rei dos Vikings, acharias natural que o filho da Rainha chegasse a ser um dia, que queira Zeus adiar, legítimo herdeiro…
Corifeu.- Ó Minos…
Coro Ocre.- …ai, de ti!
Dédalo.- Ai de mim! (Vira a máscara) Agora entendo. Então a Rainha bruxa, a cruel Pasífae, quis castigar em… (Vira a máscara afectando um tom trágico)…mim… (Volta rapidamente para o lado cinzento) …a minha astúcia ao consegui-lo, e também que o Rei lhe tivesse jogado uma, que era culpa dele, mas nunca… (Vira de novo a máscara)…ai, de mim! Ai de mim… (Nova volta de máscara) …Dédalo: fazer uma casa é coisa perigosa, sempre que não há acordo no casal!
Coro Cinzento 1 e 2.- Mas tu, Dédalo, que estás a fazer tantas perguntas, permite-me que também eu te coloque uma questão agora a ti. Como é que não lembras nada de quanto tem acontecido, nem sequer como saíres de um labirinto que construístes tu?
Dédalo.- Porque não foi só com pedras construído, mas também com palavras, e cada canto dele e cada porta, um espelho há em que se esquece o caminho que tens feito até então. E teu passado e teu nome, em cada sala vais deixando ficar a pouco e pouco, e em cada espelho que achas, em vez de recordar-te, vais esquecendo quem és. (Fala de modo agitado e compulsivo. Contorce-se e vira a máscara num mesmo gesto) Ai! Ai! Ai! Ai! Por três, por quatro vezes, por vinte, por mil vezes, por sempre ai de mim! (Recupera a verticalidade e a máscara o tom cinzento) Se conseguisse lembrar com que palavras foi que construí meu labirinto, conseguiria sair. (Estende os braços e olha para um lateral) Tenho que seguir percorrendo estes tristes corredores, estas salas sem fim, sem saber quantas vezes já estive neste mesmo lugar, mas hei-de encontrar as palavras, sim, hei-de encontrar!

     Sai correndo pela esquerda.

Coro Cinzento 1 e 2.- Mas tem cuidado, ó Dédalo…
Coro Ocre.- …Ai, de ti…
Coro Cinzento 1.- Porque aquilo que a Rainha de Creta, decreta…
Coro Cinzento 2.- …sempre se há-de repetir!

     As mãos despertam do seu letargo e fazem um aceno que significa: “É tudo”, ao mesmo tempo que começa a se fechar sobre a cena, de novo, o pano com o rosto do orador.

 

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