v2monchodefidalgocontosdefada010.html
Caminhou dando tombos de meia noite
e engoliu grandes quantidades de alcool, com passo lento e seguro o .' .;J'f;---W Monsalves, tomou, por fim, o Metro.
Bem poucas vezes tinha utilizado esse trans-1~!! ~ porte do que lhe contaram tantas historiasI'~ magnificas. Corno se fazer uma viagem no~I t\ caminho de ferro subterraneo se tratara de:1 ::. j~ cruzar territorio Apache, seguramente
bas;.'. ~ tante mais pacíficos que os seus persegui1 .\~, dores.
Desceu o Anjo umas escadas mecanicas, fi ~ com um pé detrás do outro, estavam
para~~ das, e enfiou por um passadiço, um lugar :lr,~ um tanto estranho, longo e cheio de curvas
disposta de tal jeito que se não lhe via o final a tão só dez metros continuados de
unel.,. Mil ideias transitavam-lhe polo interior da atornentada cabeça, ia de uma beira a outra do enrevesado
:aminho subterraneo...
-Parez que ninguem colhe hoje o Metro? -per~ntou-se.
Na solidão da noite o Monsalves sentia-se um astrolauta deslizando-se pola pele de algum misterioso planeta.
Um ruido forte, seguido de um aumento de intensilade de luz, que logo desceu de repente", Esto
produ:ia-se antes de que o Anjo pudera erguer a cabeça para ) tecto, uns segundos tão só, Detivo-se e observou as
ampadas, só luzia uma de cada cinco ,..
-Que raro '"
De novo empreendeu a lenta marcha. Pensava no lssunto das lampadas. Se a luz no Metro funcionava
:omo no lugar de trabalho onde ele estava empregado, as lampadas que agora alumavam com muito pouca
intensidade eram alimentadas com pilhas... Isso sucedia automaticamente quando, por alguma causa, o suministro
electrico ordinario era suspendido. À medida que avançava polos recovecos do extenso tunel começou-se a ouvir
patenticos berros que procediam de longe e denotavam uma angustia e uma dor agoniante. As pernas do
Monsalves tremiam, as forças fraquejavam-Ihe de maneira subi ta. Secou-se-lhe a boca de tal jeito que lhe resultava
quase impossivel dar passos sem realizar um extenuante esforço. Apoiado na parede lateral direita ia com
lentidão retando...
-Por todos os diabos... Agua!
Um calor infernal invadiu o interior daquele lugar, o Monsalves não podia seguir. Caiu ao chão, a vista
ia-se-lhe por vezes... No entanto a uns quinze metros divisou uma toma de agua ...Meio arrastando-se conseguiu
chegar, era uma boca de rego. Um cano que para abri-Io precisava-se chave especial da que ele carecia naqueles
momentos.
O calor abrasava e começou a se despojar da roupa... Depois de uns segundos de indecisão, de novo
empreendeu o calvario. À saida de uma das revoltas do tunel, como a uns seis metros, viu tendidos no chão vultos.
Foi aproximando-se para desde mais perto inspecionar com nitidez. Quando já os tinha ao alcance da mão berrou
espavorido:
-Pessoas mortas!
A partir dali um interminavel rosario de homens, mulheres e até algum cão-guia de cego semeavam a
paisagem do arrasado interior. Nenhum ruido ouvia já o Anjo. Um silencio glacial apoderou-se então da atmosfera, com
um ar quase impossivel de inalar. As pessoas tendidas não presentavam sinais de violencia nem rasto que
puidera fazer pensar em alguma catastrofe nuclear ou algo assim, ao menos das conhecidas.
-E como é que eu estou vivo?
No meio de tanta morte, o Anjo interrogava-se mas não encontrava resposta. Como não fora que o alcool
produzira efeitos imunizantes!
A temperatura ia descendo devagar... O Monsalves pensou então na superficie, não podia imaginar o que
seria das gentes do exterior. Era orfão desde muito novo... O passadiço ia terminando-se baixo os passos lentos e
cautelosos do Anjo. Surgiram as diferentes indicações para os diversos apeadeiros. Gente cai da por toda a parte
ia resultando da aproximação aos lugares onde se tomava o comboio. Deu-se conta que as carruagens,
intactas repousavam, e toda a gente no interior tambem morta, caida sobre os bancos, andens ...Na cabina do chefe de
Estação soava uma alarma constantemente à vez que uma luz vermelha ,dava voltas no interior de uma caparuça
metalica e movel.
O Anjo ouvira numa ocasião que os Gringos e outras potencias possuiam uma determinada bomba que matava
a vida e não produzia desperfeitos nas cousas. O Monsalves foi-se adentrando na cabina do chefe pensando e
noã pensando... A sua inteligencia encontrava-se bloqueada. Viu um telefone e foi aproximando-se como pudo,
sentou numa cadeira e descolgou-o. Marcou o numero local da policia:
-Nada...
O sinal de desligado soava a qualquer lugar da cidade que chamara. Logo telefonou à provincia de Vale
de Ouro, em Suevnia. Entanto dava o aparelho o classico tiiic de chamada, o Monsalves pensava na gravidade do
sucesso. Alguma catastrofe irreversivel... Uma voz gravada anunciou uma mensagem patetica e dava
instruções por se houver superviventes da explosão produzida pola bomba HP, sucedera em varias cidades do pais.
Estos trebelhos eram transportados polo exercito aliado, estacionado em bases estrategicas, quando se dirigiam à
invasão dos «Paises Frios»...
-Não sair dos lugares subterraneos ou habitações fechadas, no espaço de quinze dias. Não beber mais
liquidos que os envasados em contentores metalicos ou de vidro ...